domingo, 27 de junho de 2010

CRÔNICA DA BRU: A taça do mundo é nossa?

DE VITÓRIA/ES: Brunella França / Especial para o Panorama Brasil.

O fim da primeira fase da Copa do Mundo trouxe algumas surpresas, bem poucas, é verdade. Não concordo em chamarem o mundial da África de Copa da Zebra só porque França e Itália foram desclassificadas em seus grupos.

A verdade é que a equipe francesa passa por uma crise desde as eliminatórias europeias e chegou ao mundial desacreditada. Fora o fato de contar apenas com jogadores razoáveis. A Azurra, por sua vez, carece de referências no ataque e tinha seu principal jogador de meio-campo, Pirlo, machucado para a competição.

Pedem-me para comentar sobre a seleção brasileira. Eu preferia falar da Argentina, se fizer isso, porém, sei que não serei perdoada. Então respiro fundo e penso sobre o Brasil. Já aviso: o resultado pode desagradar a gregos e troianos, mas vamos lá. Sobre a estreia, é melhor esquecer, não é?! Então vou falar sobre o confronto contra Portugal.

O último jogo na chave serviu para confirmar que sem Kaká, não há meia de criação. E na reserva temos quem? Júlio Baptista! Ele não joga na mesma posição do Kaká, não tem as mesmas características do Kaká, mas é tido como substituto do meia do Real Madrid. Na oportunidade que teve de mostrar sua capacidade, Júlio Baptista deu uma de Mestre dos Magos, mais sumido em campo impossível!

Sobre Felipe Melo eu poderia tecer parágrafos de comentários, mas vou resumi-los: ele é banco de reservas na Juventus e não justifica sua camisa de titular. Ramires, que apesar de originalmente segundo volante, mas usado por Dunga mais como armador, amarga o banco mesmo sendo superior ao seu colega de seleção. E a bola rola...

Nas laterais temos o Maicon na direita. Segundo alguns comentaristas, um bom lateral, apesar de ter deficiência nos cruzamentos. Para!. Se ele é um bom lateral, não deveria saber cruzar bem a bola? Para o que serve então um lateral? Ah sim, isso sem contar a deficiência no setor de marcação quando ele sobe para apoiar.

Do lado esquerdo, o Michel Bastos. Eu só queria esclarecer que ele joga de meia-direita no Lyon da França há dois anos. E em trinta dias querem transformá-lo em lateral esquerdo. Enfim, em frente!

No ataque brasileiro, Robinho, que era o melhor até a Copa começar, sumiu. Luis Fabiano desencantou contra a Costa do Marfim e marcou logo dois gols. Mas contra Portugal, voltou a desencantar a torcida.

Agora, uma questão que realmente me intriga é o que exatamente o Kléberson está fazendo lá? Sim, porque quando um volante – no caso, o Elano – fica de fora, ao invés de entrar outro volante das dúzias que o treinador levou para o mundial, entra Daniel Alves, um lateral. Juro que se existe alguma lógica e/ou coerência aqui, eu ainda não encontrei e peço encarecidamente a ajuda dos leitores para enxergá-la.

Não tenho medo de dizer que essa seleção não representa o futebol brasileiro. Tenho consciência de que posso estar complemente equivocada. E tenho ciência de que o futebol reserva surpresas e quase nunca obedece à lógica. Sei também que times retranqueiros podem ganhar e vencem campeonatos. E pela chave fraca na qual deu a sorte de cair, o Brasil tem sim chances de chegar à final.

O jogo-chave deve ser contra a Holanda, nas quartas de final. Mas não custa relembrar um ensinamento de João Saldanha: “seleção é lugar dos melhores”, inclusive para o cargo de treinador.

FONTE / AUTOR: A autora é escritora e, chegando a ganhar o Prêmio Direitos Humanos 2004 de Redação, jornalista, além de fazer Assessoria de Comunicação na cidade de Vitória, Espírito Santo (ES). Veja a publicação de seu primeiro romance no site: www.abcles.com.br. O escrito, e publicação desta Crônica, é de responsabilidade sua e dos editores do Panorama Brasil. Brunella tambem estara no site Panorama de Noticias.

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