segunda-feira, 15 de março de 2010

OLIMPIADAS DE 2016: Rio de Janeiro pode ficar sem condições financeiras para realizar Jogos e Mundial

DO RIO: Ruth Veloso / Especial para o Panorama Esporte TV Brasil

A repórter Sandreza Carvalho, da Rádio CBN Rio, disse ao jornalista Adalberto Piotto, na tarde desta segunda-feira (15), no programa CBN Total, que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 divulgou nota, no fim da manhã de hoje, afirmando que a aprovação da Emenda Ibsem, que altera a distribuição de royalties de Petróleo, inclusive nos campos já em exploração e que se aprovada fará o Rio de Janeiro perder sete bilhões de reais de receita, vai inviabilizar as Olimpíadas de 2016, por reduzir a capacidade do estado em realizar as obras necessárias aos jogos.

Na avaliação do Comitê, qualquer decisão que afete a capacidade do Estado do Rio de Janeiro de cumprir várias obrigações tem impacto negativo na organização dos jogos e se não for remediada representará uma quebra de contrato.

O governador do estado do Rio, Sérgio Cabral, disse que a emenda "inviabiliza Olimpíadas e Copa do Mundo. As prefeituras param. O estado não terá recursos. Para tudo. No nosso caso, para tudo".

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também afirmou que os Jogos de 2016 ficarão inviabilizados. “Se esse pacote vier como um todo, não é só a prefeitura que vai fazer as olimpíadas, ta claro desde o inicio, mas o governo do estado. O pacote completo viabiliza qualquer coisa e não só as olimpíadas. Como é que o governo do estado vai pagar a conta do seu funcionalismo, dos inativos?Então é muito difícil”, frisou.

O Deputado Federal, Ibsem Pinheiro (PMDB/RS), autor da Emenda confirmou que vai propor que o Governo Federal banque, temporariamente, as perdas que estados e municípios produtores terão com as novas regras de partilhas.

Questionado pelo jornalista Adalberto Piotto sobre a preocupação do prefeito do Rio, Eduardo Paes, o Deputado Ibsen reafirmou. “Compreendo o prefeito do Rio, como compreendo o prefeito de Campos, como compreendo aqui o prefeito de Tramandaí (RS), que nós temos municípios, aqui, que tem um terminal da Petrobras. Claro que eu compreendo isso. E é por isso que estamos patrocinando, com o senador Pedro Simon, uma compensação para o período de transição. Coisa que deveríamos ter discutido na câmara desde o primeiro momento”, ilustrou.

Pela nova proposta, que será apresentada ao Senado nesta terça-feira (16) por Pedro Simon, a União usaria a parte que cabe ao Governo Federal dos royalties do Petróleo para compensar as perdas dos estados e municípios produtores até que eles recomponham suas economias com aumento da produção.

Ibsen Pinheiro reforçou ainda que a alteração não significa um recuo, mas sim um avanço.

A repórter Sandreza Carvalho afirmou também que os protestos contra a emenda partem de todos os lados.

A assembléia do Rio de Janeiro, por exemplo, já redigiu uma moção de repúdio pela aprovação da emenda e declara o deputado Ibsem Pinheiro como Persona non grata (termo utilizado em diplomacia e significa pessoa não bem-vinda) pelos graves danos causados aos Municípios Fluminenses.

FOTO: Reprodução / Presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman faz pressão contra a aprovação de emenda no Senado.

CONFERÊNCIA: Delegados elegem 32 prioridades que nortearão as políticas públicas para a Cultura

DE BRASÍLIA: Crislei Crispim, com informações de Daniel Merli do site WWW.cultura.gov.br, repercutido no Panorama Brasil

Após três dias de debates, os participantes da II Conferência Nacional de Cultura (II CNC), realizada em Brasília, de 11 a 14 de março, elegeram as 32 prioridades que nortearão as políticas públicas para o setor.

Outras 95 propostas setoriais vindas das Pré-conferências também foram aprovadas.

Presente ao Centro de Convenções e Eventos Brasil 21 durante os trabalhos na tarde deste domingo, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, reafirmou o grande mérito da Conferência: promover o acesso de todos à discussão e formulação das políticas públicas. “A democracia e a inclusão têm sido uma grande preocupação do governo e do Ministério da Cultura”.

As prioridades eleitas serão tratadas uma a uma, de acordo com sua natureza.

Algumas poderão servir para incrementar políticas públicas já existentes, outras devem se transformar em projetos de lei para envio ao Congresso Nacional ou, ainda, integrarem ações interministeriais de estimulo a áreas afins, como cultura e educação, por exemplo.

Esse é um momento de afirmação da cultura. Esse tema não será mais subalterno. Claro que todas as outras pastas são importantes, mas nada se realiza sem cultura”, afirmou Juca Ferreira, ressaltando que neste ano o Ministério terá orçamento recorde, o equivalente a 1% do total de impostos arrecadados pela União.

A aprovação do marco regulatório da Cultura, que já tramita no Congresso Nacional, foi a proposta mais votada (754 votos).

O marco é composto principalmente pelo Sistema Nacional de Cultura (SNC), Plano Nacional de Cultura (PNC) e proposta de emenda constitucional (PEC) 150/2003, que vincula à Cultura 2% da receita federal, 1,5% das estaduais e 1% das municipais.

A proposta também explicita o apoio à aprovação do Programa de Fomento e Incentivo à Cultura (Procultura), que atualiza a Lei Rouanet.

“A Conferência aponta a urgência de se construir um marco regulatório para a cultura brasileira. É uma demanda legítima da sociedade, que prioriza a agenda cultural em todas as esferas de governo”, explicou a coordenadora executiva da II CNC, Silvana Meireles.

Os debates da II Conferência Nacional de Cultura seguiram cinco eixos temáticos: Produção Simbólica e Diversidade Cultural; Cultura, Cidade e Cidadania; Cultura e Desenvolvimento Sustentável; Cultura e Economia Criativa; Gestão e Institucionalidade da Cultura.

Saiba mais sobre a II CNC: blogscultura.gov.br/cnc.


FOTO:cultura.gov.br

CRÔNICA DA BRU: Mulher, todos os dias são seus

DE VITÓRIA/ES: Brunella França / Especial para o Panorama Brasil

A mulher como centro de universalização poética é aquela que tem nome e também sobrenome, é a que tem deveres, e também têm direitos.

É a que chora, é a que ri, é a que é mãe e muitas vezes é também pai, é a filha, é a irmã, é a tia, é a avó… Sacerdotisa de si, guerreira dos sentimentos!
Meninas!… Moças!… Senhoras!

Joanas, Florbelas, Cecílias, Anitas, Helenas, Cleópatras, Elizabetes, Pollyanas, Olgas, Marias, Áureas, Safos… Mães, Sogras, Filhas, Esposas, Irmãs… A todas as mulheres, sem distinção de cor, credo e tribo.

Solteiras!… Concubinas!… Casadas!… Essencialmente emancipadas!

A mulher professora, a mulher doméstica, a mulher motorista, a mulher atleta, a mulher empresária, a mulher presidenta, a mulher proprietária… Independentemente a profissional mulher… A mulher em beleza, Elegância e Sensualidade!

A mulher que elege, a mulher eleita, a mulher escritora, a mulher pintora, a mulher que canta e encanta… A mulher da arte… A mulher obra de arte… A mulher em casa, na rua ou no trabalho… Em essência mulher… Unicamente mulher!

A mulher amada… Amante… Apaixonada…
A mulher urbana, a mulher rural…
A mulher singular, a mulher plural…
A mulher alimento, mas também canibal…
A mulher intrinsecamente maniqueísta!
A mulher feminina, a mulher feminista

A mulher de uniforme, de saia, de vestido, de calça, de short e camiseta, calcinha e sutiã, de biquínis… A mulher em pele… A mulher em alma… A mulher em formas aos olhos de quem se tem a admirá-la…

Magra… Gorda… Em forma… Negra… Branca… Amarela… Parda… Cabocla… Mameluca… Índia… Baixa… Alta… Lésbica… Em essência mulher… Organicamente mulher!

Poeticamente MULHER!

Ensinou a não desistir da luta”, Cora Coralina. "Eu sou aquela mulher há quem o tempo muito ensinou.

FONTE / AUTOR: A autora é escritora e, chegando a ganhar o Prêmio Direitos Humanos 2004 de Redação, jornalista, além de fazer Assessoria de Comunicação na cidade de Vitória, Espírito Santo (ES). Veja a publicação de seu primeiro romance no site: www.abcles.com.br. O escrito, e publicação desta Crônica, é de responsabilidade sua e dos editores do Panorama Brasil.

Fale com a autora: panorama@folha.com.br

LULA: além de não contestar possível convocação de Ronaldinho Gaúcho, o presidente falou sobre vários assuntos, inclusive Seleção e Dilma Roussef

DE SÃO PAULO: Marcos Freire, editor de plantão, com informações da Secretaria de Imprensa da República e Blog do Planalto / Especial no Panorama Esporte TV Brasil

A Secretaria de Imprensa da República esclarece por meio do Panorama Brasil, que vários sites de jornais ou especializados em esportes reproduziram ou estão reproduzindo falsas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o jogador Ronaldinho Gaúcho, do Milam.

Na entrevista concedida à agência de notícias Associated Press (AP), na última terça-feira (09), o presidente Lula não fez qualquer consideração específica sobre jogadores.

Ele apenas concordou com o critério do técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Dunga, de convocar os jogadores que estão em melhores condições e contam com a confiança dele para cumprir as orientações táticas.

O Panorama Brasil repercute, abaixo, trechos da exclusiva do Presidente Lula no qual falou sobre inúmeros assuntos, entre eles, o futebol.

Presidente: Estou pronto.

Jornalista: Eu gostaria [de saber] como é a saúde do Presidente depois do episódio que aconteceu antes de Davos, como o senhor se sente, e se foi um susto para o Presidente.

Presidente: Olha, foi mais uma bobagem do que um susto. Eu, sinceramente... Bom, eu, todo dia, todo santo dia, eu tiro a minha pressão, todo santo dia, ou seja, não é uma vez a cada 30 dias, é todo santo dia [que] eu tiro a minha pressão. E a minha pressão nunca sai de 11x7, portanto, eu não tenho problema. O que aconteceu é que eu tive três dias com uma agenda fora do normal. Eu fui ao Rio de Janeiro, chegamos aqui às 2 horas da manhã; depois levantamos cedo para trabalhar aqui; depois nós fomos ao Rio Grande do Sul, eu cheguei às 3 horas da manhã; e depois nós fomos para Recife, e era meia-noite quando eu comecei a sentir que eu estava com... eu estava com começo de bronquite, e aí a minha pressão subiu e eu fui parar no hospital.
Jornalista: Presidente, falando um pouco sobre a viagem que o senhor vai fazer a partir desta segunda feira (15) para o Oriente Médio, que papel o senhor vê para o Brasil para essa região que está em tanto conflito?

Presidente: Olhe, eu, às vezes, fico com a impressão de que as pessoas pensam que o Brasil está se oferecendo para ter alguma função no conflito do Oriente Médio. Primeiro, nós, brasileiros, respeitamos muito a autodeterminação de cada país escolher quem ele quiser como negociador, como interlocutor. O que o Brasil tenta explicitar publicamente a todos os presidentes com quem conversamos, aos palestinos, a israelenses, aos árabes, aos americanos, aos europeus, é que é preciso que a gente comece a pensar em novos interlocutores para a questão dos conflitos no Oriente Médio. O Oriente Médio clama por paz, é necessário que tenha paz, e o correto seria que nós tivéssemos, nas Nações Unidas, a representatividade suficiente para coordenar o processo de paz e executar o processo de paz.

Jornalista: O senhor acha que o Brasil pode entrar em uma guerra comercial com os Estados Unidos, a respeito dessa coisa, algodão... Foram publicados...

Presidente: Não, não. O Brasil, o Brasil não vai entrar em guerra. O que vai acontecer, o que vai acontecer é que os dois países têm muito juízo, os dois países têm uma diplomacia muito forte, os dois países são importantes na mesa de negociações da Organização Mundial do Comércio, os dois países vão sentar e vão se colocar de acordo. Veja, o Brasil está fazendo apenas aquilo que a OMC recomenda ao Brasil fazer. Quem está desrespeitando as regras do comércio internacional são os Estados Unidos da América do Norte. Então, o que o Brasil está fazendo é apenas cumprindo à risca aquilo que manda a normatização do comércio internacional. Cabe aos companheiros americanos perceberem que estão equivocados e voltarem atrás para que a gente volte à normalidade.

Jornalista: Presidente, entrando agora um pouco para o tema das eleições. Como você vê a Dilma posicionada agora, daqui até outubro, e você acha que aquele machismo que existe no Brasil e na região da América Latina pode ser... pode atrapalhar a candidatura dela?

Presidente: Olha, a primeira demonstração de que o machismo será derrotado foi a minha decisão. Por que eu indiquei uma mulher e não um homem? É porque eu acho que nós já vencemos essa etapa do preconceito contra a mulher. Se ele existir, ele é minoritário, ainda, na cabeça de reacionários. O que a pessoa precisa levar em conta para eleger um presidente é saber se a pessoa tem competência política, tem qualificação profissional e tem sustentação política. A Dilma tem tudo isso.

Jornalista: Presidente, eu queria aproveitar para pedir um palpite para o senhor sobre a Copa do Mundo na África do Sul. Como acha que vai estar o Brasil aí nessa Copa? Dunga falou uma coisa: que jogador que está fora da Seleção é melhor do que o que está dentro. O senhor acha que está faltando algum jogador na Seleção?

Presidente: O que o Dunga falou?

Jornalista: Que jogador bom é aquele que está fora, que não é convocado, não é? O jogador ruim é aquele que está dentro. Acho que, um pouco, falando sobre o caso Ronaldinho.

Presidente: Bem, eu acho que o Dunga fala com autoridade moral. É importante lembrar que em [19]90 o Dunga foi acusado do fracasso da Seleção brasileira na Itália, não é? E, em [19]94, o Dunga voltou e foi campeão do mundo nos Estados Unidos, como capitão da Seleção brasileira. No Brasil é o seguinte: cada um de nós é um técnico. O Brasil tem 190 milhões de técnicos, todo mundo é metido a entender de futebol. Então, normalmente acontece. O técnico, que tem a responsabilidade de consultar seus assessores e convocar, de repente as pessoas ficam dizendo: “Ah, mas tal jogador que não foi convocado é melhor”. Se tem uma coisa que eu gosto no Dunga é que ele está convocando jogadores que, naquele momento, estão jogando melhor. Esse é um critério. O outro critério é o critério da confiança. Não basta o jogador ser bom, é preciso saber se o jogador tem a confiança do técnico no cumprimento das orientações táticas que o técnico dá, porque futebol é um esporte coletivo, ou seja, não basta você ficar rebolando sozinho, você tem que chegar no gol do adversário e marcar gol. E eu acho que o Dunga está fazendo um bom trabalho de equipe. Então, eu ... O Dunga tem sido um técnico de sucesso no Brasil, mais do que muita gente famosa que dirigiu a Seleção brasileira.

Jornalista: Tem condições de ganhar, o Brasil, essa Copa?

Presidente: Veja, o meu otimismo é tanto, que esses dias eu estava no México, com o presidente Calderón, e o presidente Calderón perguntou a mim se eu ia à abertura da Copa do Mundo, na África. Eu disse: à abertura eu não vou, eu vou ao encerramento da Copa do Mundo, na África, eu vou à final. Porque eu vou fazer, eu vou fazer uma viagem por cinco países africanos. Na sexta-feira que antecede a Copa do Mundo, eu quero fazer uma visita de Estado à África do Sul, no sábado eu descanso e no domingo eu vou ver a final. Mesmo que não seja o Brasil, eu teria que estar lá porque, como o Brasil vai sediar 2014, nós teríamos que participar do encerramento lá.

Jornalista: Deixamos o tema de 2014, entramos para 2016, o senhor acha que o Brasil está pronto para sediar a Copa e para os Jogos de 2016? E o Presidente acha que vai estar no mandato para os Jogos Olímpicos de 2016?

Presidente: Olha, primeiro, o Brasil está pronto para... o Brasil vai se preparar para chegar em 2014, [para] o Brasil realizar a mais importante Copa do Mundo que vocês já participaram. Eu espero que todos vocês estejam aqui como jornalistas para poder cobrir a Copa do Mundo. Acho que vai ser um bom momento para o Brasil. E depois as Olimpíadas. O Brasil... nós vamos trabalhar duro, eu vou trabalhar enquanto brasileiro, enquanto cidadão brasileiro, muito duro, para que a gente possa realizar uma grande Olimpíada. Porque é importante a gente mostrar ao mundo que os Jogos Olímpicos não são um evento esportivo de primeiro mundo e que o Brasil tem condições de realizar Jogos Olímpicos extraordinários. O que nós precisamos é ganhar muita medalha, e aí nós precisamos incentivar o esporte e trabalhar muito o esporte. Ora, eu sei que a única coisa que eu espero é estar vivo para poder participar dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo como torcedor. As pessoas perguntam: “Você vai voltar em 2014?” É uma pergunta muito difícil de responder, porque a Dilma, eleita presidente, e ela estando bem, é direito legítimo dela querer ser candidata à reeleição. Ora, senão você estará ferindo o princípio da isonomia. Então, para mim, o que importa é estar vivo e estar lá vendo as Olimpíadas, onde o Brasil vai ganhar muita medalha, e certamente a Copa do Mundo, onde nós vamos ganhar. Não é possível que o Brasil não ganhe a Copa do Mundo aqui, que repita [19]50. De qualquer forma, o Brasil está mais estruturado.

Jornalista: Presidente, muito obrigado.

Presidente: Muito bem. Obrigado a vocês.

FOTO: Ricardo Stuckert/PR. Presidente Lula ensaia golpes de box com um menino da Rocinha.

Visite: http://www.imprensa.planalto.gov.br/

O autor é jornalista e responsável pela Central Panorama Centro-Sul